Arquivo para dezembro 2009

Poder da música

29 de dezembro de 2009

Muitos sabem e eu mesmo sei o poder que tem uma música. Algumas nos fazem chorar, outras rir. Umas nos levantam com sua energia, outras derrubam por trazerem maus pensamentos.
Hoje trago uma música que me fez(e sempre me faz) muito bem durante o dia.
Ela tem atualmente uma versão belíssima cantada pela igualmente bela Mariah Carey.
Nem precisa dizer que essa poderosa música é uma das minha favoritas.

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

Rindo da desgraça?

19 de dezembro de 2009

(Baseado em fatos reais)

Ele acordou certo dia com uma coceira no peito. Notou uma espécie de “pintinha” que coçava um pouco, mas nem deu muita bola.
Picada de pernilongo – pensou.
Sua vida estava passando por uma fase de muitas mudanças e com tantas coisas a resolver, acabou deixando aquela coceira de lado por alguns dias.
Certo dia notou que a tal “pintinha” havia aumentado de tamanho, estava inclusive grande, escura e ainda soltava um líquido amarelado.
Tocou um alarme em sua cabeça. Foi ao pronto socorro.
O médico examinou o local da coceira com curiosidade, um certo ar de dúvida e deu o diagnóstico:
– Meu amigo,  acho melhor você procurar um dermatologista urgentemente. Não sei ao certo o que você tem, mas me parece que seja um tumor. Por isso vá o mais rápido possível, ok?
– Ok – foi a única coisa que conseguiu dizer.
Era tarde de um domingo. Passou então o resto do dia e a noite toda na companhia de pensamentos  nada agradáveis.
Segunda logo pela manhã ligou pra sua dermatologista. Conseguiu um horário para a tarde.
Chegou 10 minutos antes do horário, sentou na sala de espera e começou a balançar a perna.
A médica chama, ele entra, conta a história, ela examina, examina e dá seu parecer:
– Olha, vamos fazer uma biópsia para sabermos realmente o que é isso. Não parece que seja um tumor, mas temos que ter certeza.
Sentiu um pequeno e momentâneo alívio depois das palavras da doutora, mas ela prosseguiu.
– Agora, isso que você tem apareceu porque seu sistema imunológico está com a defesa muito baixa. Por isso vou ter que te pedir um teste para HIV, ok?
Dessa vez nem o ok conseguiu dizer.
Ela receitou alguns remédios, preencheu uns papeis para os pedidos de exame e biópsia, explicava, mas ele estava com o pensamento longe.
Saiu da clínica, entrou no carro, sentou. Não acreditava no que estava acontecendo. Começou a rir e no mesmo momento pensou:
– Poxa, eu estava com medo de estar com câncer e agora posso ter é AIDS? Ou pior, posso ter os dois?
Soltou uma gargalhada.
Foi embora. Ficaria três dias fora por conta de uma viagem de trabalho. Só poderia fazer o teste de HIV na sexta.
Passou então a semana na companhia de monstros, fantasmas, bruxas e tantos outros seres que povoavam seus pensamentos.
Fez então o exame. O resultado sairia na quarta. Segunda-feira ligou no laboratório.
– O exame já está pronto senhor – disse a voz da atendente ao telefone.
Saiu imediatamente em direção ao laboratório. Pegou o exame todo apreensivo. Tinha a sensação de que todos sabiam o porque dele estar ali.
Entrou no carro, abriu o envelope com as mãos trêmulas, procurou por entre os papéis e finalmente achou. Sorologia HIV. Procurou por um “positivo” ou “negativo”. Mas encontrou um “não reagente”.
– Que porra é essa – pensou.
Descobriu então com grande alívio que isso significava que o exame dera negativo. Não tinha AIDS.
Agradeceu a Deus e voltou ao trabalho.
Fez a biópsia dois dias depois. Recebeu o resultado após duas semanas com outro alívio. Era apenas uma dermatite de contato. O nome era maior, mas  menos apavorante e com uma pomadinha tudo se resolvia.
Agora sim tinha motivos pra rir.

Ecos na montanha

17 de dezembro de 2009

Estou diante de uma montanha.
Não posso olhar para trás.
Tenho que enfrentá-la.
Mas ela parece tão alta.
Tão íngreme.
Tão difícil.
Que não vejo motivos para começar essa escalada.

Pode ser que ela nem seja isso tudo.
Pode ser apenas ilusão da minha mente.
Provavelmente é.
Talves seja só um morrinho.
Só descobrirei se iniciar a subida.
Mas não tenho forças pra subir.

Mas tenho que subir.
Porque? Não sei. Mas tenho que tentar.
Talvés se alguém me empurrasse.
Mas quem?
Só estamos eu e a montanha.
Quem sabe ela não me ajude.

Montanha, me ajude!

Só ouço o eco da minha voz.

Enfermo

12 de dezembro de 2009

Começou com a perda de apetite, juntamente com calafrios e o aumento da frequência cardíaca em alguns períodos do dia. Associada a constante perda de concentração e a insônia no período norturno, o sujeito emagraceu, ganhou um ar de tristeza e um olhar distante.
Não procurou atendimento médico porque achou que sabia do que se tratava sua infermidade.
Lembrava-se que contraiu tal virus, durante um beijo. Isso mesmo, um beijo. Logo após, um carinho em sua nuca e um olhar carinhoso fizeram com que todas as defesas de seu corpo caíssem e o microscópico ser se alastrasse pelo seu corpo.
O virus estava ali, mas adormecido.
Porém, certo dia os ouvidos trouxeram a informação de que beijos, carinhos e olhares não mais seriam dados por aquela que transmitiu tal virus.
Imediatamente o pequeno agente acordou de seu sono e começou o ataque pelo corpo. Foi quando começaram os sintomas.
O enfermo tentava de todas as maneiras se ver livre dos sintomas, mas era tudo em vão.
Remédio? Somente a transmissora poderia combater a doença ou o contaminado aguardar alguns meses para que as próprias defesas naturais se encarreguem de curá-lo.
Após a cura provavelmente o ex-contaminado saia a procura de um novo contágio.

Primeiro(segundo) Post

10 de dezembro de 2009

Esse é o primeiro post desse blog, embora ele seja o segundo. Entendeu não é?
Comecei publicando uma poesia, porque curiosamente, ela tinha tudo a ver com o nome que inventei para o blog.
Mas esse blog não pretende apenas trazer poesias. Deverá trazer também pensamentos, vídeos, músicas e outras coisas mais que eu julgar interessante.
Espere que seja um espaço agradável para mim e para você também.

Seja bem vindo.

Abraço,
Anderson

Flutuando no mar

6 de dezembro de 2009

Não basta saber ler para ler poesia. Ler poesia é uma arte. Exige que o leitor se coloque numa posição especial de alma. O segredo da poesia está na música da leitura. Mais do que uma arte: é um ato de bruxedo. O leitor invoca um mistério que se encontra nos interstícios das palavras do poeta. Essas palavras estão dentro dele mesmo. O poema faz-me ouvir um poema que está dentro de mim. Esse poema que está dentro de mim é um pedaço de mim”

“Você já experimentou ficar boiando no mar? O corpo todo solto, sem fazer nada, nenhum movimento, subindo e descendo ao sabor das ondas? Pois é assim que se lê poesia: flutuando ao sabor das palavras, sem pressa, em voz alta, poesia é música.”

“São falas do coração. Por favor: não tente entender. Música não é para ser entendida. é para ser ouvida. Poesia não é para ser entendida. É para ser lida em voz alta”

Flutuando no mar – Rubem Alves